É notícia esta manhã o facto decorrido em Paredes de Coura: o casal que faz sexo na praia, em plena luz do dia, com uma criança sentada ao lado.
Houve quem fizesse um vídeo que até à Índia já chegou.
É brincadeira, não é?
Então, em vez de se terminar com aquilo (bastava meia dúzia de gritos e ameaças de chamar a polícia para os meter na linha), pensam-se logo realizadores porno e fazem filminhos para mostrar ao mundo inteiro?
Estão todos doentes: a mãe que faz sexo ao lado da filha, o/a idiota que “realizou e distribuiu” tal obra prima do cinema, a audiência do facto in loco e do filme online, e os meios de comunicação tradicionais que nos lavam (ou tentam, pelo menos) a cabeça com lixo mediático.
O vídeo no Youtube deu direito a queixa na GNR e consequente investigação.
Foi pena foi nenhum dos festivaleiros de Paredes de Coura ter usado o seu smartphone para fazer uma coisa inteligente: telefonar às autoridades.
Tinha-se poupado tempo e a humilhação que sentirá esta menina daqui a 20 anos quando algum colega de trabalho desencantar aquela “porcaria” dos eternos arquivos da Internet.
Não o fizeram porque acharam piada à coisa.
Diverte-os a ideia da “porcalhona” que faz “aquilo” ali ao pé da filha, em público, à luz do dia.
Porque eles/elas são tão moralmente superiores a certas coisas, especialmente coisas que podem afetar (ou não, só o futuro dirá) as criancinhas dos outros.
Alguns/algumas até gostariam de o fazer: a rapidinha no último comboio do dia, a mãozinha dentro do fecho das calças no canto mais escuro do cinema, o banco do automóvel reclinado num ermo qualquer na noite funda, a porta do gabinete trancada, a indiscrição na praia…
Mas são moralmente superiores aos desejos da carne e não cedem. Ou, mais provavelmente, não têm coragem. E, por isso, filmam, publicam e criticam os outros.
Parabéns! Escolheram a mais atual forma de anestesia social.
Mas não se esqueçam que, agora, também as vossas falhas estão ao alcance de um qualquer aparelho eletrónico moderno na mão de um total desconhecido. Por vezes, feitiço e feiticeiro confundem-se, baralham-se e entalam-nos.
Não vi o vídeo. Nem vou ver.
Não pelo sexo mas sim por aquela menina que todos devemos tutelar.
E a quem tropece nestas poucas palavras, peço que nem sequer procure pelo sucedido no seu motor de busca preferido.
Deixemos que este assunto seja concluído por quem de direito e façamos antes um bom exame de consciência.